sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Castelinho da Rua Apa

Localização: Rua Apa, 236, esquina com a Avenida São João.
Construído em: 1912
De todos os imóveis históricos abandonados da cidade de São Paulo, talvez nenhum outro desperte tanta atenção e curiosidade das pessoas como o célebre Castelinho da Rua Apa, palco em 12 de maio de 1937, de um dos crimes mais marcantes e enigmáticos da história do Brasil moderno.

Foi nesta data, que após uma discussão séria os irmãos Armando e Álvaro chegaram às vias de fato e trocaram tiros. Poucos minutos antes da tragédia ocorrer, a mãe, Maria Cândida dos Reis, teria surgido para apartar a discussão de ambos, que estavam apontando revólveres um para o outro. Foi ai que a troca de tiros iniciou-se e os três acabaram por falecer no local.


À época, a rápida apuração das autoridades policiais teria levantado suspeitas se os irmãos teriam realmente um matado o outro ou se o assassinato havia sido encomendado. O posicionamento dos corpos de Armando e Álvaro teria sido um dos principais combustíveis para que muitos achassem que os irmãos e a mãe teriam sido, na verdade, vítimas de um triplo homicídio.

Após anos de polêmica, em um caso em que os herdeiros diretos haviam todos falecido na mesma tragédia, uma nova lei federal sobre heranças, promulgada pelo então Presidente da República, Getúlio Vargas, iria impedir que parentes de segundo ou terceiro grau herdassem o castelinho. Assim, o castelinho (e outros imóveis sem herdeiros em situações semelhantes) seriam repassados ao governo federal. Anos mais tarde esta lei seria revogada, mas parentes de Dona Maria Cândida e dos irmãos Armando e Álvaro jamais iriam conseguir retomar o imóvel que ficaria nas mãos do INSS (e ainda permanece), órgão famoso por não preservar ou recuperar bens históricos em seu poder.

Com este impasse o imóvel sempre foi impedido de ser recuperado. Com o tempo, a fama de assombrado começou a acompanhar o local, e os anos de abandono e degradação ajudaram e muito a propagar essa fama que não passa de uma lenda.

Atualmente, embora ainda pertença ao INSS, o Castelinho está sendo administrado pelo Clube das Mães do Brasil que ocupa um imóvel anexo ao lado. A instituição já possui um excelente projeto de restauro do local e o castelinho já está inclusive coberto, entretanto, a obra aguarda patrocinadores e incentivos para seguir adiante. As sólidas estruturas da construção são os principais aliados do imóvel, que está há pelo menos 70 anos sem manutenção e resistindo bravamente.

Por mais que alguns digam que seja uma lenda outros dizem que depois disso todas as pessoas que tentaram passar a noite dentro do castelinho disseram ouvir vozes e barulhos estranhos.
Um comediante de renome, Ankito (Anchinzes Pinto), morou no castelinho em 1944 e disse que era normal ouvir vozes, barulhos estranhos, pessoas na escada durante a noite, portas se abrindo, até encontrar torneiras abertas quando acordava, mas como dizia não ter medo, morou por um bom tempo lá. Depois uma família se mudou pra lá, e disse que também ouvia as mesmas coisas.


Será que realmente coisas estranhas acontecem no Castelinho?
Foto: Luiz Guarnieri/Futura Press


Edifício Joelma


O edifício Joelma, atualmente denominado edifício Praça da Bandeira, é um prédio situado na cidade de São Paulo. Foi inaugurado em 1971.

Com vinte e cinco andares, sendo dez de garagem, localiza-se no número 225 da Avenida Nove de Julho, com outras duas fachadas para a Praça da Bandeira, na lateral, e para a rua Santo Antonio, nos fundos.


Tornou-se conhecido nacional e internacionalmente quando, em 1 de fevereiro de 1974, um incêndio provocou a morte de 191 pessoas e deixou mais de 300 feridas.


Concluída sua construção em 1972, o edifício foi imediatamente alugado ao Banco Crefisul de Investimentos. No começo de 1974 a empresa ainda terminava a transferência de seus departamentos quando, no dia 1 de fevereiro, às 08:54 da manhã de uma sexta-feira, um curto-circuito em um aparelho de ar condicionado no 12° andar deu início a um incêndio que rapidamente se espalhou pelos demais pavimentos. As salas e escritórios no Joelma eram configurados por divisórias, com móveis de madeira, pisos acarpetados, cortinas de tecido e forros internos de fibra sintética, condição que muito contribuiu para o alastramento incontrolável das chamas.






O Joelma contava com uma única escada central para servir às duas torres de escritórios. Não havia escadas de emergência nem brigadas de incêndio ou plano de evacuação. No início do incêndio, muitos conseguiram fugir pelos elevadores, até que estes pararam de funcionar e também provocaram várias mortes, incluindo um grupo de treze pessoas encontradas em um dos elevadores, que nunca puderam ser identificadas, e ficaram conhecidos como as "Treze Almas do Edifício Joelma". A escada foi rapidamente tomada pela densa fumaça causada pelo incêndio, impedindo a fuga dos ocupantes que, ao invés de descer, começaram a subir, na esperança de serem resgatados no topo do prédio.

Sem ter como deixar o prédio, muitos tentaram abrigar-se em banheiros e nos parapeitos das janelas. Outros sobreviventes concentraram-se no 25° andar, que tinha saída para os terraços das Torres Norte e Sul.O Corpo de Bombeiros recebeu a primeira chamada às 09:03 da manhã. Dois minutos depois, viaturas partiram de quartéis próximos, mas devido a condições adversas no trânsito só chegaram no local às 09:10. Helicópteros foram acionados para auxiliar no salvamento, mas não conseguiram pousar no teto do edifício pois este não era provido de heliporto; telhas de amianto, escadas, madeiras e a fumaça do incêndio também impediram o pouso das aeronaves.


Os bombeiros, muitos deles desprovidos de equipamentos básicos de segurança, como máscaras de oxigênio, decidiram entrar no prédio para o resgate, tentando alcançar aqueles que haviam conseguido chegar ao topo do edifício. Foram apenas parcialmente bem sucedidos; a fumaça e as chamas já haviam vitimado dezenas de pessoas. Alguns sobreviventes, movidos pelo desespero, começaram a se atirar do edifício. Mais de 20 saltaram; nenhum sobreviveu. Apenas uma hora e meia após o início do fogo é que o primeiro bombeiro conseguiu, com a ajuda de um helicóptero do Para-Sar (o único potente o suficiente para se manter pairando no ar enquanto era feito o resgate), chegar ao telhado. Já então muitos haviam perecido devido à alta temperatura no topo do prédio, que chegou a alcançar 100 graus celsius. A maioria dos sobreviventes ali conseguiu se salvar por se abrigarem sob uma telha de amianto. Apenas no telhado da Torre Norte foram resgatados sobreviventes. No telhado da Torre Sul, não houve sobreviventes.


Por volta de 10:30 da manhã o fogo já havia consumido praticamente todo o material inflamável no prédio. O incêndio foi finalmente debelado, com a ajuda de 12 auto-bombas, 3 auto-escadas, 2 plataformas elevatórias e o apoio de dezenas de veículos de resgate. Às 13:30, todos os sobreviventes haviam sido resgatados.  Dos aproximadamente 756 ocupantes do edifício, 191 morreram e mais de 300 ficaram feridos. A grande maioria das vítimas era formada por funcionários do Banco Crefisul de Investimentos.


A tragédia do Joelma, que se deu apenas dois anos após o incêndio no Edifício Andraus, reabriu a discussão popular com relação aos sistemas de prevenção e combate a incêndio nas metrópoles brasileiras, cujas deficiências foram evidenciadas nos dois grandes incêndios. Na ocasião, o Código de Obras do Município de São Paulo em vigor era o de 1934, um tempo em que a cidade tinha 700.000 habitantes, prédios de poucos andares e não havia a quantidade de aparelhos elétricos dos anos 70.


A investigação sobre as causas da tragédia, concluída e encaminhada à justiça em julho de 1974, apontava a Crefisul e a Termoclima, empresa responsável pela manutenção elétrica, como principais responsáveis pelo incêndio. Afirmava que o sistema elétrico do Joelma era precário e estava sobrecarregado. O resultado do julgamento foi divulgado em 30 de abril de 1975: Kiril Petrov, gerente-administrativo da Crefisul, foi condenado a três anos de prisão. Walfrid Georg, proprietário da Termoclima, seu funcionário, o eletricista Gilberto Araújo Nepomuceno e os eletricistas da Crefisul, Sebastião da Silva Filho e Alvino Fernandes Martins, receberam condenações de dois anos. Após o incêndio, o prédio ficou interditado para obras por quatro anos. Reinaugurado em setembro de 1978, foi dado amplo destaque para os novos padrões de segurança do prédio, que chamado de "Novo Joelma" nas propagandas veiculadas pela Itaoca, empresa responsável pela locação das salas comerciais. Porém, o prédio nunca teve ocupação completa desde a reabertura. Em meados dos anos 2000, o prédio foi rebatizado como "Edifício Praça da Bandeira".

Fama de mal-assombrado

A tragédia acabou ajudando a espalhar entre a população rumores de que o terreno no qual o prédio foi erguido seria amaldiçoado, com especulações de que até o fim do século XIX teria sido um pelourinho (coluna de pedra colocada num lugar público de uma cidade ou vila onde eram punidos e expostos os criminosos). Fantasmas rondariam o local . Durante o incêndio, treze pessoas tentaram escapar por um elevador, mas não foram bem sucedidas. Seus corpos, não identificados, foram enterrados lado a lado no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina.



 O fato acabaria sendo inspiração para o chamado Mistério das Treze Almas, às quais são atribuídos diversos milagres. Funcionários que já trabalharam no edifício revelam já terem presenciado aparições de espíritos, ouvido gritos e vozes, além de terem visto fenômenos estranhos como faróis de carros vazios acenderem e apagarem. A fama de que o local seria mal-assombrado aumentou ainda mais após a divulgação de que o terreno teria sido palco de assassinatos, no acontecimento trágico o qual ficou conhecido como Crime do Poço.

O Crime do Poço


Em 1948, o professor de química orgânica da USP, Paulo Ferreira de Camargo, 26 anos, morava junto com a mãe Benedita e as irmãs Cordélia e Maria Antonieta em uma casa no centro da cidade de São Paulo.



                                          Casa onde ocorreu o Crime do Poço, em 1948

Ele, a 4 de novembro, assassinou a tiros a mãe e as duas irmãs e enterrou os corpos em um poço que mandara construir dias antes no quintal da casa em que moravam. O estranho desaparecimento das três mulheres o levou a ser o principal suspeito do triplo crime. No momento em que a polícia começou a escavar o poço, Paulo pediu para ir ao banheiro. Ele então se suicidou com um tiro no coração, a 23 de novembro. Na ocasião, surgiram duas versões para o crime. A primeira era de que a família do professor se opunha ao seu relacionamento com a namorada. A outra era a de que teria matado a mãe e as irmãs porque estavam gravemente doentes e ele não teria como prover os cuidados necessários para o tratamento. Um dos bombeiros que participou do resgate dos corpos morreu de infecção cadavérica ao manusear os cadáveres sem a proteção de luvas. O crime abalou a população de São Paulo e ficou conhecido como O Crime do Poço. O lugar ganhou então a fama de mal-assombrado. Por isso, a numeração da rua foi modificada quando vinte e seis anos mais tarde, no lugar da casa, foi construído o edifício Joelma, ora rebatizado edifício Praça da Bandeira.


                               Praça da Bandeira, Rua Santo Antônio, 184 e Av. Nove de Julho, 225



Notas e referências

"Tragédia do Joelma foi a pior da cidade" - Folha Online

Jornal do Brasil de 2/02/74, página 12
"Incêndio Edifício Joelma" - Bombeiros Emergência
"O fogo contra a cidade" - Veja, Edição 283, 6 de fevereiro de 1974
"Revista: Cenas de NY lembram incêndio no Joelma" - Folha Online
"1974 - O incêndio do Edifício Joelma" - Jornal do Brasil
"A culpa no Joelma" - Veja - Edição 307, 24 de julho de 1974
"Notas" - Veja - Edição 348, 7 de maio de 1975
"Boate do Joelma vai 'espantar' superstição com forró e axé" - Folha Online
"Lugares 'mal-assombrados' viram lenda em SP" - G1
"O Enigma do Edifício Joelma" - Linha Direta
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Categoria: Edifícios da cidade de São Paulo

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Dj Xena Norri's


Dando início em 2009 com seu primeiro evento "Gothic Cabaret" na Ocean Club produzido por Akasha Lioncurt (Black Rose) juntamente com dj's da cena underground esse evento direcionado ao público gótico e alternativo com bandas e discotecagens foi aonde tudo começou, com esse bem sucedido evento,logo após com o intuito de fazer uma equipe,onde realizava eventos todos os sábados foi convidada por dj Jack (Gothic Fest) a fazer parte da sua nova equipe "Dark Obscure" no Susi in Transe (antigo Dr Phibes) juntamente com dj's Kold e Paula 242 onde ficou como dj residente da casa e com a programação do mesmo durante os sábados rolando o melhor dos anos 80.